Alina é um exemplo para todos os que buscam a liberdade

A internacionalista Alina Sanchez foi a primeira latino-americana a se juntar às fileiras da Revolução do Curdistão, ela caiu mártir devido a um acidente de carro em Hesekê – Rojava em 17 de março de 2018. Alina nasceu na Argentina em 1986. Ela estava em busca de liberdade e através desta busca chegou ao Curdistão em 2011. Nas montanhas do Curdistão. Lá ela conheceu os pensamentos de Rêber Apo, a ideologia da libertação da mulher e a maneira de lidar com a natureza. Ela era entusiasta e uma revolucionária amorosa com um grande coração.

Depois de terminar seus estudos médicos em Cuba, ela partiu novamente para o Curdistão. Desta vez ela foi para Rojava e apoiou os processos de construção do governo autônomo e esteve envolvida na construção do sistema médico, de saúde. Durante seu trabalho, ela estava viajando em Hesekê e tombou devido a um acidente de carro no dia 17 de março de 2018. Alina construiu pontes da América Latina para o Curdistão, das montanhas para as cidades e metrópoles. Aqueles que a conheceram rapidamente a levaram ao seu coração. Em profundo apego, Alina é lembrada na América Latina com histórias, encontros, desejos e sonhos, por todos aqueles que também estão em busca de um mundo mais justo.

Sua mãe, Patricia Gregorini, enviou à gência da juventude revolucionária Nûçe Ciwan um vídeo em sua memória falando sobre a pessoa que Alina era e como ela influenciou aqueles que a cercavam:

“Bom dia, sou Patricia Gregorini, mãe de Alina Sanchez (Lêgerîn Çiya) Estou enviando este vídeo porque sei que vocês vão celebrar a memória de Alina e gostaria de dizer-lhes que Alina era uma pessoa muito comprometida com seu ideal com sua generosidade, sua dedicação, não vou dizer-lhes quem era Alina porque há muitos textos sobre ela.

Quero apenas dizer que Alina sempre foi uma pessoa muito alegre, vital, com muita generosidade e capacidade de amar. Portanto, para ela, ter filhos era ver-se responsável por todas as crianças do mundo. Precisamente, para ela, a idéia de ter seus próprios filhos era algo egoísta. Ela escolheu este caminho a partir de sua missão, ela sentiu que já havia muitas crianças necessitadas e se dedicou a trabalhar para elas. Para as crianças, para os adultos, para todos.

Ela tomou como lema pessoal, o que Che disse: “Estar presente onde é mais necessário”. Assim, para ela naquele momento, sua família de origem e genética, era um espaço que não abrangia a todos. O todo era a humanidade, o mundo, e ela deu sua energia, seu tempo, sua vida e ela caiu nessa tarefa. Mas não por isso, não vejo isso da tristeza de estar longe de seu corpo, mas vejo isso da expansão do ser que ela criou a partir de sua generosidade e envolvendo outras pessoas, inclusive eu, que abriram outros espaços de intercâmbio e compreensão.

Acredito que Alina é um modelo a ser seguido, um modelo para a juventude, que às vezes é tão banalizado e superficial, a cultura atual é muito frívola (sem valor) então, sem dúvida, Alina é um dos muitos outros modelos a serem seguidos. Acho mais importante compartilhar isto do que uma história que você pode encontrar em algum texto na internet.

Espero que vocês tenham boas comemorações e que tenham a oportunidade de visitar o Espaço Alina Sanchez aqui na Serra do Cordo, para que todos vocês fiquem bem. Obrigada”